Ainda nem sabia ler e escrever, mas já sabia dizer que o verde do farol no caminho de casa não era verde. Era azul. Sempre gostei das cores, das letras, desenhos e imagens. Achava mais simples, bonito e divertido ler e entender as coisas assim. Ainda nem estava pensando no que queria fazer da vida, mas era isso.
Estudei Design Gráfico na FAAP, de 1996 a 1999, (na época, Desenho Industrial/Comunicação Visual). No mesmo período, comecei Artes Plásticas na UNESP. Mas também quis ser atriz. Encenei uma peça com o Samir Yasbek, em São Paulo e no interior, em 1997. Como atriz e artista plástica, descobri que era uma ótima designer :) Era isso mesmo.
Comecei fazendo estágio em uma gráfica. Entendi como funcionavam os processos de pré e pós-impressão, o que me ajudou muito a pensar nos projetos como algo com começo, meio e fim. Aí veio estágio no Rafic Farah. Era para eu ser assistente, mas como ainda não dominava os hardwares e softwares, fiquei lá observando, fui ficando e só saí dois anos depois, para ser assistente do Rico Lins.
Foram mais três anos aprendendo muito, até aparecer uma vontade grande de mudar, estudar mais, continuar pesquisando as questões visuais e os porquês que tanto me atraíam. Começaram a aparecer os primeiros freelas, outros, e tantos que acabei ficando no quarto dos fundos da casa da minha mãe até cansar de trabalhar sozinha e me encontrar com a Teresa Guarita.
Ela já tinha o Estúdio Colírio e estava precisando de ajuda. Lá fui eu, com alguns clientes no bolso e muita vontade de experimentar outra história. Depois de um ano, resolvemos ficar sócias e eu virei empreendedora. Foram 13 anos dividindo minha dedicação às ideias novas e às contas, impostos e funcionários. Até que o estúdio precisou crescer, virar a esquina e eu decidi continuar focada só no caminho das ideias. Deixei a sociedade, mas continuei como Diretora de Criação na Colírio por mais 3 anos.
Tive mais tempo para mim e criei a 40mL, uma marca de coisas de-casa, de-coração. Fui estudar caligrafia, estamparia e buscar novas referências para o trabalho e para a vida. Saí da Colírio em 2017 e, em 2018, ano sabático. Não exatamente um ano inteiro porque, entre as buscas, o trabalho e a vida, me apaixonei no Brasil e fui chamada para um projeto no Vale do Silício. Entre trabalho, passeios e estudos, conheci gente nova e novas formas de pensar e criar.
Um curso de verão na escola de criatividade Knowmads, em Amsterdã, fez toda a diferença para que eu conhecesse minha autonomia criativa. E para que eu tivesse certeza de que identidade visual se pensa em conjunto, se constrói em grupo, em rede. É o que sigo buscando na Degradê. As pessoas certas para formar a equipe e encontrar o caminho adequado para cada trabalho. Cada ideia. Aqui estão algumas delas.
I still didn’t know how to read and write but I already knew that the green of the traffic light on my way home was not green. It was blue. I always liked the colors, letters, drawings and images. I found simple, beautiful and fun to read and understand things like that. I wasn’t even thinking yet what I wanted to do with my life, but that was it.
I studied Graphic Design at FAAP from 1996 to 1999 (at that time it was called Industrial Design/Visual Communication). At the same time, I started Fine Arts at UNESP (Universidade Estadual Paulista). But I also wanted to be an actress. I staged a play directed by Samir Yasbek in São Paulo and in some small towns, in 1997. As an actress and visual artist, I discovered that I was a great designer :) And that was it.
I started doing an internship in a printing shop. There, I understood how the pre and post printing processes worked, which helped me a lot to think of projects as something with beginning, middle and end. Then came an internship at Rafic Farah. I was supposed to be an assistant, but as I didn’t master the hardware and software, I stayed there just watching. And only left two years later to become Rico Lins’ assistant.
I spent three more years learning a lot, until feeling the desire to change, to study more, to continue researching about the visual issues and the reasons why I was so attracted to it. Then, the first freelance jobs began to appear, then others, and so many that I ended up staying in the guest room at my mom’s house until I got tired of working alone and met Teresa Guarita.
Teresa already had Colírio Studio and needed help. And there I was, with some clients in my pocket and a lot of desire to try something new. After a year, we decided to become partners and I became an entrepreneur. I spent 13 years sharing my dedication to new ideas and to accounts, paying taxes and employees. Until the studio had to grow, turn the corner, and I decided to stay focused in the path of ideas. I left the partnership but continued as Creative Director at Colírio for another three years.
I had more time for myself and started 40mL, a brand of products for home and decoration. I went to study calligraphy, serigraphy and to look for new references for work and life. I left Colírio in 2017 and, in 2018, took a sabbatical year. Not exactly an entire year because, between searches, work and life, I fell in love in Brazil and was called for a project in the Silicon Valley. Between work, travel and studies, I met new people and new ways of thinking and creating.
A summer course at Knowmads creative school in Amsterdam made all the difference for me to discover my creative autonomy. And to help me make sure that visual identity is to be thought together, built in groups, in network. That’s what I keep looking for in Degradê. The right people to build a team and find the right path for each job. Each idea. Here are some of them.
Good design is as little design as possible.
RAMS